Palácio Ducal em Trancoso vai ser reabilitado para acolher Museu da Cidade

Edifício em ruínas com castelo de fundo

A Câmara Municipal de Trancoso vai avançar com a reabilitação do antigo Palácio Ducal para instalar o futuro Museu da Cidade, num projeto avaliado em mais de 3,4 milhões de euros.

O concurso público para a empreitada já está em curso e as propostas podem ser apresentadas até 28 de fevereiro. Segundo o anúncio publicado no Diário da República, a obra tem um prazo de execução de três anos e conta com financiamento assegurado pelo pacto da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).

O projeto foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, ao abrigo de um protocolo assinado em 2019 com a Câmara de Trancoso, distrito da Guarda.

Um sonho concretizado

Para o presidente da autarquia, Amílcar Salvador (PS), a concretização desta obra representa um marco significativo para a cidade. “Estamos muito satisfeitos porque conseguimos concretizar um sonho que já vem de alguns anos. É uma obra de grande importância para Trancoso e estruturante para o futuro e a atratividade da cidade”, afirmou o autarca.

O Palácio Ducal, também conhecido como Solar dos Lopes Tavares da Costa, data do final do século XVIII e foi adquirido pela Câmara em 2014 por 350 mil euros. Segundo Amílcar Salvador, o edifício, localizado no centro histórico, estava em ruínas há muitos anos. “Era como que uma ferida urbanística”, recorda, acrescentando que a aquisição incluiu um conjunto de casas acopladas, permitindo uma intervenção urbanística mais abrangente.

Um polo de cultura e memória

O futuro Museu da Cidade terá uma área destinada a exposições temporárias e permanentes, uma sala polivalente para 250 pessoas, espaços de apoio e uma zona dedicada ao arquivo municipal e ao serviço de arqueologia. “Vamos criar um conjunto de conteúdos interativos para divulgar as Bodas Reais de D. Dinis e Isabel de Aragão, a Batalha de Trancoso e alguns achados arqueológicos no planalto de São Marcos, onde teve lugar esta batalha em 1385”, explica o presidente do município.

O museu acolherá ainda o espólio da pintora trancosense Eduarda Lapa, que foi doado ao município, além de exposições e ateliês temáticos. Outra área será dedicada à obra do artista plástico contemporâneo Albuquerque Mendes, também natural da cidade.

Aguardando o início das obras

A intervenção prevê a recuperação integral do edifício, que ocupa uma área de 1.391,23 m² e cuja construção total ascenderá aos 1.704 m², conforme referido na dissertação de Cátia Maria Gonçalves Pinto para obtenção do grau de mestre em Arquitetura pela Universidade da Beira Interior.

“Só esperamos que tudo corra bem, que haja empresas a concorrer e que a obra se concretize com alguma rapidez para que o Museu da Cidade seja uma realidade em breve”, conclui Amílcar Salvador.

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