Proteção Civil alerta para risco de incêndios mais intensos neste verão na região das Beiras e Serra da Estrela

várias pessoas numa praça

A acumulação de biomassa nas matas e florestas, aliada ao crescimento da vegetação impulsionado pelas chuvas recentes, preocupa autoridades e pode intensificar fogos rurais nos meses quentes.

A Proteção Civil lançou esta terça-feira um alerta preocupante: o verão de 2025 poderá ser marcado por incêndios mais intensos na região das Beiras e Serra da Estrela, devido à significativa acumulação de combustível vegetal. A advertência foi feita por João Rodrigues, segundo-comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da região, durante a apresentação do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) daquela Comunidade Intermunicipal (CIM).

Segundo o responsável, “a região tem registado, nos últimos anos, uma baixa área ardida, o que levou à acumulação de biomassa que a prevenção e o fogo controlado não conseguiram eliminar”. A este fator junta-se o crescimento acelerado da vegetação provocado pelas chuvas abundantes dos últimos meses, criando condições propícias à propagação rápida do fogo.

Durante a fase Delta, o período de maior empenhamento operacional que decorre entre 1 de julho e 30 de setembro, estarão mobilizados 847 operacionais, distribuídos por 224 equipas.

Contudo, já a partir de quinta-feira, serão destacados 399 elementos de 81 equipas, número que aumentará para 689 operacionais ao longo do mês de junho.

O dispositivo envolve recursos das corporações de bombeiros locais, da Força Especial da Proteção Civil, da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da empresa AFOCELCA, que mantém um dispositivo próprio.

A região contará também com quatro meios aéreos de ataque inicial, aos quais se juntará um helicóptero da AFOCELCA. Embora os meios sejam os mesmos do ano passado, João Rodrigues anunciou um reforço no ataque ampliado com o uso de aviões retardantes, para conter a progressão dos fogos.

O segundo-comandante sublinhou ainda que o dispositivo está concebido com flexibilidade, permitindo ajustar os meios consoante o índice de risco de incêndio.

“Mediante o risco, conseguiremos aumentar ou reduzir o número de meios no terreno, para além daquilo que está definido nas várias fases de empenhamento. Só assim poderá haver uma resposta mais eficaz no combate”, explicou.

Este reforço de vigilância e meios surge como resposta a um verão que se antevê mais desafiante, não só pelo histórico climático, mas também pela pressão da vegetação acumulada, o que poderá traduzir-se em fogos mais rápidos e difíceis de controlar.

As autoridades apelam à colaboração da população na prevenção de comportamentos de risco e no cumprimento das normas de segurança durante a época crítica.

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